Disponibilizo aqui uma resenha publicada no segundo semestre de 2008 porque, cada vez mais, considero L’immanenza assoluta um texto crucial da bibliografia de Giorgio Agamben. Quanto mais o leio, mais me convenço de que esse texto, escrito em homenagem à morte de Gilles Deleuze, ocorrida em 1995, frutificou tremendamente na obra posterior de Agamben. Nele, já estão presentes em gérmen algumas das mais importantes teses que Agamben desenvolveria mais tarde, no tríptico ainda hoje inacabado Homo Sacer. Como não tenho condições de digitalizar o texto no original (o que seria sumamente interessante), deixo-os na companhia dessa resenha um tanto esquisita, e nada sintética, que por pouco não tem o tamanho do texto resenhado.
Estive por muito tempo enodado nos problemas Deleuze-Agamben no que se refere ao conceito de vida - conceito que, em minha leitura, é capaz de desdobrar toda a filosofia tanto de Deleuze como de Agamben em suas mais heterogêneas dimensões (ontologia, ética, política). Hoje, sei que um vitalismo muito especial, porque ativo, mobiliza uma ontogênese de conceitos em ambas as obras – muito mais próximas entre si do que eu poderia pretender. É de uma extrema beleza o momento em que encontramos um real afetivamente mais rico do que aquele que imaginávamos. Isso é milhões de vezes mais bonito quando é o livro que mostra o seu Real: suas delicadas relações com a vida. Talvez seja por isso que, em Crítica e clínica (1993), Deleuze tenha dito que "não há obra que não seja uma saída para a vida".
Estive por muito tempo enodado nos problemas Deleuze-Agamben no que se refere ao conceito de vida - conceito que, em minha leitura, é capaz de desdobrar toda a filosofia tanto de Deleuze como de Agamben em suas mais heterogêneas dimensões (ontologia, ética, política). Hoje, sei que um vitalismo muito especial, porque ativo, mobiliza uma ontogênese de conceitos em ambas as obras – muito mais próximas entre si do que eu poderia pretender. É de uma extrema beleza o momento em que encontramos um real afetivamente mais rico do que aquele que imaginávamos. Isso é milhões de vezes mais bonito quando é o livro que mostra o seu Real: suas delicadas relações com a vida. Talvez seja por isso que, em Crítica e clínica (1993), Deleuze tenha dito que "não há obra que não seja uma saída para a vida".