Ensaio: "As teias da subjetividade contemporânea"

12 setembro, 2010


"Não cabe temer ou esperar, mas buscar novas armas".
Gilles Deleuze.


[Ensaio] - A Biblioteca Online de Ciências da Comunicação, da Universidade da Beira Interior (BOCC/UBI), localizada em Covilhã, Portugal, acaba de publicar um pequeno ensaio que escrevi sobre a os processos de subjetivação contemporâneos. Não se trata de um trabalho exaustivo - nem se pretende como tal -, mas de uma tentativa de cartografia possível no seio dos atuais processos de subjetivação-dessubjetivação. Seu mérito, talvez, esteja na tentativa de descrever uma certa continuidade entre a disciplina, a norma, dispositivos de segurança e biopolíticos nas sociedades de controle a partir de entrecruzamentos conceituais de Foucault, Deleuze e Agamben.


Resumo: o presente ensaio visa a elucidar as relações, por vezes tênues e imperceptíveis, que fazem enodar sujeito e direito; e, contemporaneamente, busca entender essas tramas como uma relação com o irrelato. Isto é, o direito contemporâneo, no estado de exceção, e na topografia do campo, promove a perda do sujeito. Os modos operativos e os mecanismos de sujeição contemporâneos são, precisamente, o que constitui nosso objeto: buscar identificar as formas pelas quais os limites são sempre deslocados, fazendo a legalidade perder o sentido, e o sujeito, fabricado como sujeitado, ser entregue a seu próprio abandono. Procedemos, ainda, a uma releitura da categoria de vida nua, de Agamben, buscando identificar, a partir disso, o estatuto de objeto a que os sujeitos acedem pelo gozo. Ainda, traçamos a continuidade entre um modelo orgiástico-policialesco foucaultiano, modelo de inclusão, a um modelo de inclusão-exclusiva: o estado de exceção agambeniano, que não prescinde do normal e do disciplinar, mas reduz o homem a seu suporte animal, biológico, prescrevendo-lhe, pela acessão ao gozo, que assume formas disciplinares e normalizadoras, a virtual impossibilidade de cuidar de suas parcelas subjetiváveis, de sua potência de ser sujeito. Por fim, analisando o jogo estudioso de Agamben, buscamos, ali, uma proposta profanadora, subjetiva, pelo pensamento: uma forma de sair do campo, de encontrar a potência criativa para o novo no direito.

Palavras-chave: Sujeito; Contemporaneidade; Vida nua; Mesmo; Norma; Disciplina; Gozo; Sujeição; Norma-total; Restos subjetiváveis; Jogo estudioso.



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