Em junho de 2013, data da maior erupção social das últimas décadas, o
movimento Black Bloc ganhou os holofotes como nova prática de luta e
manifestação. Analistas à direita e à esquerda foram forçados a
tentar compreender o movimento, normalmente municiando um repertório
conceitual incompatível com os significados do Black Bloc, sem
entendê-lo em seus próprios termos. Procurando suprir essa carência
surge o "Filosofia Black Bloc", que concebe e mobiliza um arcabouço
teórico que permita abordar o movimento Black Bloc como fenômeno:
produzir, no pensamento, uma filosofia Black Bloc. Não cessamos de ler
Junho sob o ponto de vista de Brasília, dos palácios de governo, dos
partidos recusados pelas multidões, da surpresa e da inércia dos
poderes constituídos, da decadência da representação formal, das
classes cerradas para o social. Pensar Junho nesses termos torna-se
então “capturar e destruir” sua potência específica. Não é por
acaso que boa parte das interpretações de intelectuais se parece tanto
com os discursos da grande imprensa que vimos circular.
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